A maior parte do que fazemos ou sentimos é consciente?

Autores

  • Edmar G. Rodrigues Doutorando em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Resumo

Este artigo objetiva demonstrar que a maior parte do que fazemos ou sentimos não éconsciente, e que respostas imediatas a estímulos internos e externos são oriundas de um conjuntode respostas automáticas herdadas a partir de matrizes biológicas e aperfeiçoadas durante a vida.Para tanto, queremos defender a tese segundo a qual o cérebro vem ao mundo não como umatabula rasa, mas com certos “programas neurais especializados”. Cumpre, por fim, ressaltar quenossa proposta não é sustentar que toda pessoa é uma máquina biológica programada pararesponder a estímulos de forma automática e imediata, mas defender intrinsecamente que oreconhecimento da existência e da efetividade de processos automáticos e não conscientes nãoelimina o papel de nosso aparato cognitivo e a possibilidade de agirmos de forma intencional econsciente.

Referências

Acharya, S., & Shukla, S. (2012). Mirror neurons: enigma of the metaphysical modular brain. Journal of natural science, biology, and medicine, 3(2), 118-124.

Adolphs, R. (2003). Cognitive neuroscience of human social behaviour. Nat Rev Neurosci, 4(3), 165-178.

Adolphs, R., Tranel, D., & Damásio, A. R. (1998). The Human Amygdala in Social Judgment. Nature, 399, 470-474.

Almada, L. F. (2010) Processos neurobiológicos do processo de decision-making: o papel das emoções no comportamento humano. Psicologia em Revista, 16(1), 199-214. Almada, L. F. (2012). Percepção emocional e processamento de informação emocional no reconhecimento de expressões faciais: origens psicológicas do julgamento social. Dois Pontos, 9(2), 33-61.

Damásio, A. (1996). O erro de Descartes. São Paulo: Companhia das Letras.

Damásio, A. (2000). O mistério da consciência: do corpo e das emoções ao conhecimento de si. São Paulo: Companhia das Letras.

Damásio, A. (2004). Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos. São Paulo: Companhia das Letras.

Damásio, A. (2011). E o cérebro criou o homem. São Paulo: Companhia das Letras.

Darwin, C. (1965). The expression of the emotions in man and animals. Chicago: University of Chicago Press. (Original work published 1872).

Eagleman, D. M. (2012). Incógnito: as atividades secretas do cérebro. Rio de Janeiro: Rocco.

Ferrater-Mora, J. (2001). Dicionário de filosofia: Q-Z. São Paulo: Loyola.

James, W. (1890). Principles of Psychology. New York: Henry Holt.

LeDoux, J. (1996). The Emotional Brain. New York: Simon & Schuster.

Locke, J. (1996). An Essay Concerning Human Understanding. In K. P. Winkley (Ed.), An Essay Concerning Human Understanding. Indianapolis: Hackett Publishing Company.

Mogg, K., & Bradley, B. P. (2002). Selective orienting of attention to masked threat faces in social anxiety. Behaviour Research and Therapy, 40, 1403-1414.

Nicolelis, M. (2011). Muito além do nosso Eu: a nova neurociência que une cérebro e máquina e como ela pode mudar nossas vidas. São Paulo: Companhia das Letras.

Pinker, S. (2004). Why Nature & Nurture Won’t Go Away. Daedalus Fall, 133(4), 5-17.

Phillips, M. L., Drevets, W. C., Rauch, S. L., & Lane, R. (2003). Neurobiology of Emotion Perception I: The Neural Basis of Normal Emotion Perception. Society of Biological Psychiatry, 54, 504-514.

Downloads

Publicado

2015-12-07

Como Citar

Rodrigues, E. G. (2015). A maior parte do que fazemos ou sentimos é consciente?. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 17(2). Recuperado de https://revistas.dwwe.com.br/index.php/NH/article/view/216

Edição

Seção

Artigos