Arte, verdade e ambivalência

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DOI:

https://doi.org/10.59539/2175-2834-v23n2-482

Resumo

Na modernidade, os discursos filosófico e literário tendem a reservar para a arte o papel privilegiado de instância de verdade, terapêutica e pedagogia para a vida e sobre a vida. Ao mesmo tempo, a prática artística frequentemente é legitimada por discursos de verdade sobre a natureza, o social e o sentir. Isso a despeito de, ao contrário de outras formas do pensamento humano como a ciência e a filosofia, a verdade não ser para a arte um objeto central. Essa relação intrincada com a verdade, associada ao seu alegado poder sobre o sujeito, indica uma semelhança entre a arte e a direção de conduta: um discurso ancorado em narrativas de verdade que procura moldar a subjetividade na direção de formas pré definidas do desejo. Papel que a arte parece ser capaz de assumir, mas não completamente e ao custo de seu próprio poder que reside no caos da incompatibilidade entre o homem e a linguagem descoberta pela modernidade, o caos do texto sem um corpo presente que limite suas possibilidades de sentido. Este trabalho investiga as possibilidades abertas ao se pensar a arte, simultaneamente, como direção de conduta e texto sem corpo, e o artista como a personagem que navega essa ambivalência.

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Publicado

2021-12-01

Como Citar

Furlanete, F., Lima, R., & Pelogia, T. (2021). Arte, verdade e ambivalência. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 23(2), 164–178. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v23n2-482

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