Como Freud falava do que fazia? Uma análise discursiva da conferência XXVIII sobre “A terapia analítica” de 1917
DOI:
https://doi.org/10.59539/2175-2834-v19n1-242Palavras-chave:
psicanálise; psicoterapia; tratamento; cura.Resumo
Neste artigo examinamos a maneira como Freud organiza sua exposição sobre a terapia analítica, com especial atenção aos termos que caracterizam e definem a prática psicanalítica. Pretendemos mostrar como Freud recorre, de modo sistemático, ao emprego da noção de tratamento (Behandlung) quando se trata de falar do conjunto de procedimentos metódicos reunidos pela psicanálise, assim como ele emprega as noções de terapia analítica (Analytische Therapie) e de psicoterapia (Psychotherapie) quando se trata de ponderar sobre seus efeitos de eficiência e de eficácia e reserva para o termo “cura” (Kur) a conotação ética do conjunto formado pela técnica terapêutica e do método de tratamento. Examinaremos as principais imagens e estratégias expositivas empregadas por Freud e sua covariância com flutuação desses termos. Nosso objetivo é mostrar como a separação estrita entre psicanálise e psicoterapia parece ter emergido da tradição posterior a Freud, transformando-se em uma diferença de relevância política sem subsídio textual.Referências
Dunker, C. I. L. (2012). Estrutura e constituição da clínica psicanalítica. São Paulo: Annablume.
Freud, S. (1917). Vorlesungen zur Einführung in die Psychoanalyse. Conf. XXVIII. Analytische Therapie. Viena e Zurique: International Psychoanalytischer Verlag.
Freud, S. (2010). Conferências introdutórias à psicanálise (XXVIII): a terapia psicanalítica. In S. Freud, Obras completas (Vol. 15). São Paulo: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1916-1917).