Heiddegger e Psicanálise?
Resumo
Este ensaio examina o relacionamento possível entre o pensamento de Martin Heidegger enquanto emerge no Zollikon Seminaire (1959-1969) na sua troca de idéias com Medard Boss e a perspectiva da psicanálise como aparece através do prisma da releitura de Freud oferecido por Jacques Lacan. Heidegger entende Freud como vítima de uma compreensão positivista da ciência que procura explicar o comportamento humano patológico por um complexo de causas discerníveis conscientemente. Quando determinados fenômenos não podem ser explicados desta maneira, Freud postula um jogo de causas psíquicas que não são conscientes, cuja soma ele chama o "inconsciente". Desde que todos os fenômenos humanos são, para Heidegger, discerníveis via uma profunda fenomenologia do ser humano (Dasein) como o ser-no-mundo, a construção hipotética de Freud é desnecessária e, a longo prazo, perniciosa. Mas Lacan propõe uma nova maneira de compreender o inconsciente descoberto por Freud, a saber, que não deve ser entendido como um sistema físico de forças hidráulicas, mas como um processo que seja estruturado como um idioma. A pergunta levantada neste ensaio é se Heidegger seria ou não igualmente hostil à hipótese de Freud, apresentada a ele dentro da forma de Lacan, como algo "estruturado como um idioma". O ensaio sugere que a resposta poderia ser "provavelmente não". Baseado num exemplo clínico altamente simplificado, este ensaio esforça-se para mostrar a compatibilidade entre determinados conceitos básicos de Heidegger e diversos, de Lacan, em especial as noções da verdade e da liberdade. Palavras-chave : Heidegger; Lacan; Linguagem; Positivismo; Metafísica.Downloads
Publicado
2024-05-17
Como Citar
Richardson, W. J. (2024). Heiddegger e Psicanálise?. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 5(1), 9–38. Recuperado de http://revistas.dwwe.com.br:80/index.php/NH/article/view/767
Edição
Seção
Artigos