O que esperar da sociedade frente a uma pandemia?
Freud-Canguilhem
Abstract
Diante das reações de negação à pandemia de Covid-19, bem como de desrespeito às recomendações sanitárias de isolamento social, procuramos a partir de Sigmund Freud e de Georges Canguilhem fornecer operadores conceituais para a circunscrição de tais movimentos, antagônicos à manutenção de uma vida em sociedade. Do primeiro autor, situamos como o fenômeno da regressão desencadeado diante de contingências ambientais revela vicissitudes na formação de uma coletividade engajada com ela mesma. Já do segundo, veremos como a sociedade, diferentemente de um órgão ou um organismo vivo, não possui finalidade intrínseca, gerando com isso infindáveis debates quanto a como deve ser seu ordenamento. Com isso, observamos que os movimentos de boicote às recomendações de autoridades de saúde são condizentes com uma sociedade pouco altruísta (Freud) e que somente sobrevive através de crises no que diz respeito a seus fins (Canguilhem). Ao final, propomos que a noção de normatividade vital contribui para a proposição de uma vida em sociedade cuja criação e revisão incessante de seus modos de existência pode ser uma ferramenta para evitar, ou postergar, seu colapso.Downloads
Published
2020-12-31
How to Cite
O que esperar da sociedade frente a uma pandemia? Freud-Canguilhem. (2020). Human Nature - International Philosophy and Psychology Review, 22(2), 17. Retrieved from http://revistas.dwwe.com.br:80/index.php/NH/article/view/449