A hermenêutica da facticidade no jovem Heidegger
Abstract
Na preleção de verão de 1923, intitulada Ontologia: hermenêutica da facticidade, Martin Heidegger vai estabelecer o seu programa filosófico em termos de uma investigação fundamental, nomeada por ele como hermenêutica fenomenológica da facticidade. De acordo com esta, a interpretação da vida fática não se realiza sem que se tome o ser e o falar como fenômenos privilegiados, ou seja, sem que se recupere o vínculo essencial em que nós, os existentes humanos, já nos descobrimos sendo no mundo como seres capazes de fala. Tendo em vista que é a partir do constructo ser-no-mundo que o filósofo alemão conseguirá dar um passo atrás no esquema sujeito-objeto, não é por acaso, então, que ele buscará encontrar desde muito cedo modos de dizer o ser que não mais o entifiquem, com o intuito de pensá-lo para além do registro da referência e, portanto, do objeto. É com base nesta situação que se torna premente que a sua análise tenha início a partir do horizonte do ente privilegiado, uma vez que é para este que o sentido do ser faz problema. Com efeito, a comunicação pretende acompanhar o jovem Heidegger na elaboração de tal tarefa, procurando compreender o significado de sua filosofia, que ao tratar o problema do ser da vida fática se constituiu em uma ontologia fundamental.References
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