O Paradoxal Colonial
cultura e formação entre bipolítica e necropolítica
DOI:
https://doi.org/10.59539/2175-2834-v23n2-478Resumen
Se é no século XIX que a biopolítica se consolida, caberia então se perguntar qual teria sido o impacto da filosofia da época para a construção desse novo tipo de poder. Com isso, não seria possível ignorar a obra de Hegel, cuja complexidade teria sido responsável por moldar os rumos da filosofia durante o século XIX e seguintes. Afinal, uma de suas grandes preocupações, desde a “Fenomenologia do Espírito”, teria sido a formação da cultura para elevar a vida imediata a uma vida plena, em direção ao universal e ao Espírito Absoluto. Todavia, o que subjaz a esse processo de formação da vida é aquilo que Achille Mbembe teria bem notado: para que a vida do Espírito na civilização fosse possível, fez-se necessário a existência de seu duplo, sua face noturna, a barbárie colonial. Desta maneira, o que se pretende é aprofundar os estudos de biopolítica, averiguando como os processos descritos por Hegel de constituição da vida e da cultura tiveram como pressuposto uma predação de escala planetária e uma brutalização conjugada com a espoliação da força de trabalho de povos inteiros. Em função da “dialética” do colonizador e colonizado, a condição da glória daquele é o sofrimento deste. Ou melhor, como para se fazer viver a Europa foi necessária uma política de morte, um fazer e deixar morrer o resto do planeta.Descargas
Publicado
2021-11-20 — Actualizado el 2021-12-01
Cómo citar
Garboza Jr, J. M., & Migoto Filho, T. J. . (2021). O Paradoxal Colonial: cultura e formação entre bipolítica e necropolítica. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 23(2), 109–124. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v23n2-478
Número
Sección
Dossiê