O sujeito capturado pela arte que faz função de Unheimlich (estranho familiar)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27nespecial1-1127

Palavras-chave:

psicanálise; arte; criação; inconsciente.

Resumo

Tocado pela criação artística, o sujeito pode fazer algo com isso, no sentido da retificação subjetiva. A arte é a função do analista como objeto a, manifestando assim, a verdade sobre o inconsciente. Pensando no enunciado como produto de uma enunciação, podemos perceber que o artista enuncia, faz seu enunciado tanto quanto o analisando, ambos produzem tocados pelo seu inconsciente. Sendo assim, a enunciação vai evidenciar um processo de construção e de criação.O artista e o analista, não reproduzem o visível, tornam algo visível pelo desvelamento ou pela interpretação. Ambos despertam a nossa vontade de falar sobre o indizível. O sujeito é capturado pela arte que faz função de Unheimlich, que traz a estranheza (o estranho familiar). A criação artística e a psicanálise despertam no outro a criação.  Arte e psicanálise produzem enunciações, possibilitando assim um diálogo, um enriquecimento entre ambas. A psicanálise se serve da arte, compreendemos com Freud que a arte está à frente da psicanálise e que diante do artista, o analista, tem que depor as armas, onde a teoria é esquecida. (Freud, 1928, p. 52) Para que serve uma análise ou uma criação artística? Como nos ensina Lacan (1976, p.204), para fazer poesia, novos significantes, novos sentidos à vida e novas palavras. Consiste em servir-se de uma palavra, para outra finalidade diferente daquela para a qual ela é feita, torcê-la um pouco; é nessa distorção que reside o seu efeito operacional, desejo transformado em arte. A arte e a psicanálise podem ser pensadas como uma enunciação.

Biografia do Autor

Vivian Reis, Universidade Veiga de Almeida

Doutora e Mestra em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universidade Veiga de Almeida.  Professora, psicóloga e palestrante. Pós-graduada em Psicopedagogia, Psicologia jurídica e Psicanálise clínica.  Possui percurso clínico, de 22 anos como psicóloga e psicanalista clínica e institucional. Prática clínica longa, no Centro de Assistência Social e Cidadania do Estado do Rio de Janeiro e na clínica Insabe.  Experiência como Servidora da FAETEC na FAETERJ (Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro), em assessoria de direção de ensino superior (Desup), diretoria adjunta, cogestoria e docência. Atualmente é psicanalista e psicóloga em consultório particular e na Clínica INSABE (Instituto de Saúde e bem estar), Docente externo na Universidade Veiga de Almeida no curso de MBA em Logística e Supply Chain e Operações, Docente no Instituto Ibrapchs (Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais, Educação e Saúde), colaboradora e pesquisadora do LAMAE HCTE/UFRJ e Coordenadora de pós-graduação Lato sensu em psicanálise Lacaniana e em Psicanálise com bebês, crianças e adolescentes na faculdade Iguaçu em parceria com o instituto IBRAPCHS.

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Publicado

2025-09-18

Como Citar

Reis, V. (2025). O sujeito capturado pela arte que faz função de Unheimlich (estranho familiar). Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 27(especial1), 290–300. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27nespecial1-1127

Edição

Seção

Dossiê II Congresso Internacional Psicanálise e Filosofia: Psicanálise e os Labirintos da Alma