O ideário moderno da multidão na mirada sociológica de Sigmund Freud
Psicologia de grupo e análise do Eu, 1921
Resumo
O presente texto procura promover uma análise do Psicologia de grupo e análise do Eu, de Sigmund Freud (1921), visando explicitar e sublinhar as ideias políticas e antropológicas que estão por trás das escolhas teóricas feitas pelo autor no âmbito da psicologia social, mapeando, posteriormente, o impacto dessas escolhas sobre sua teoria dos instintos. Para tanto, utilizamos principalmente duas balizas. A primeira é uma caracterização histórica e teórica daquilo que chamamos de discurso moderno a respeito das multidões, paradigmaticamente caracterizado em termos políticos e filosóficos, e tendo ramificações importantes para a psicologia social clássica do final do século XIX e início do XX, com a qual Freud dialoga de perto. A segunda é a concepção antropológica que Freud desenvolve no Totem e Tabu (1914), e que depende fundamentalmente de uma certa imagem do ser humano primitivo. Demonstramos como essa imagem desempenha um papel de destaque nas explicações de nosso autor a respeito do desenvolvimento psíquico individual, acompanhando os raciocínios que relacionam mutuamente a suposta “horda primitiva”, o conceito de “ideal do Eu” e as concepções psicanalíticas de moralidade, sexualidade e religião. Finalmente, lançando mão de ilustrações antropológicas e etológicas diferentes daquelas empregadas originalmente por Freud, sugerimos alguns caminhos alternativos para recolocar os problemas relativos ao fenômeno da multidão a partir do sistema teórico freudiano.Downloads
Publicado
2022-03-02
Como Citar
Rocha de Oliveira, P. (2022). O ideário moderno da multidão na mirada sociológica de Sigmund Freud: Psicologia de grupo e análise do Eu, 1921. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 24(1), 1–55. Recuperado de http://revistas.dwwe.com.br:80/index.php/NH/article/view/469
Edição
Seção
Freud: ensaios sobre psicanálise