Governo e direção de consciência em Foucault

Autores

  • Cesar Candiotto

Resumo

A problematização do governo na investigação de Michel Foucault abre novas possibilidades para o estudo de seu pensamento. No presente artigo, uma delas é abordada com base em uma dupla perspectiva indissociável: a primeira, refere-se à articulação entre governo dos outros e governo de si mesmo no poder pastoral cristão (Foucault caracteriza o poder pastoral como o gérmen da hermenêutica do desejo ocidental, enfocado na renúncia da vontade e na obediência integral); a segunda perspectiva, diz respeito ao governo de si mesmo e sua relação com o governo dos outros no estoicismo imperial, no qual se objetiva o senhorio de si pelo autocontrole da vontade. A escolha do contraste entre esses dois registros tem como escopo discutir a questão da direção de consciência como técnica de governo, como condução de condutas. Além disso, pretende-se salientar que, na direção de consciência do estoicismo romano, tal como apresentada por Foucault, é possível identificar a constituição de subjetividades singulares irredutíveis aos processos de individualização e interiorização, inaugurados no século IV d.C. pelo cristianismo monástico. Palavras-chave: Governo, Ética, Direção de consciência, Estoicismo, Cristianismo.

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Publicado

2024-10-02

Como Citar

Candiotto, C. (2024). Governo e direção de consciência em Foucault. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 10(2), 89–114. Recuperado de http://revistas.dwwe.com.br:80/index.php/NH/article/view/932

Edição

Seção

Artigos