Merleau-Ponty e a aceitação da hipótese do inconsciente enquanto temporalidade

Autores

  • Vitor Vasconcelos Doutorando em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar as críticas de Merleau-Ponty em relação àpsicanálise e indicar uma mudança substantiva de seus posicionamentos referentes a ela ao longoda década de 1940. Procuraremos mostrar que, em primeiro lugar, a psicanálise permaneceu paraele como uma metafísica da existência humana – inspirada em larga medida pela influência dostrabalhos de Politzer –, e o inconsciente, em vez de fornecer o material para a descrição docomportamento em geral, poderia somente iluminar as formações da anomia psíquica. Em suaobra seguinte, Fenomenologia da percepção, ao reconhecer a ideia de temporalidade presente nasmeditações husserlianas acerca da retenção intencional, Merleau-Ponty é capaz de caracterizar apsicanálise como uma condição de descrição do conjunto dos impasses da vida cotidiana, paraalém do aspecto patológico. O inconsciente passa a ser, portanto, a expressão de uma função maisprimordial: a do tempo. Finalmente, destacamos brevemente algumas críticas direcionadas àinterpretação merleau-pontyana do inconsciente, por consistir em uma abordagem que procuratratá-lo a partir de uma apropriação racional, dando à descoberta de Freud um lugar definido emuma teoria da totalidade das funções psíquicas

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Publicado

2015-12-07

Como Citar

Vasconcelos, V. (2015). Merleau-Ponty e a aceitação da hipótese do inconsciente enquanto temporalidade. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 17(2). Recuperado de https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/211

Edição

Seção

Artigos