A tecnologização da morte: filosofia, ciência e poesia
DOI:
https://doi.org/10.59539/2175-2834-v19n2-276Palavras-chave:
Heidegger; morte; tecnologia; medicina; poesia.Resumo
Há, desde a década de 1960, um número significativo de autores – profissionais de saúde, sociólogos, historiadores – debruçados sobre as alterações das representações da morte e do morrer no cenário de hegemonia tecnológica. Serve como ponto de partida deste escrito um artigo de 2005 do italiano Franco Carnevale, que enxerga na filosofia de Heidegger caminho para pensar a morte numa chave outra que a da ocupação com paliativos técnicos ou a busca de sua definitiva superação. A ideia é colocar o pensamento heideggeriano em diálogo com um universo mais amplo de estudos sobre a morte. São priorizadas as análises do ser para a morte desenvolvidas em Ser e tempo, transpostas para o cenário tecnológico recente com auxílio das considerações sobre a essência da técnica contemporânea formuladas em A questão da técnica. Também a poesia, na figura dos escritos tardios do poeta alagoano Lêdo Ivo, é trazida para esta conversa na expectativa de que possam assim surgir, mesmo em caráter muito preliminar, reverberações que permitam, em meio aos novos enquadramentos da morte promovidos pela sua recente “tecnologização”, fomentar a discussão sobre nossa finitude, pari passu, a revitalização da interrogação heideggeriana sobre a essência da técnica.Downloads
Publicado
2017-12-11 — Atualizado em 2017-07-01
Edição
Seção
Artigos de fluxo contínuo