Freud e o diálogo com a medicina: sobre os desafios da clínica psicanalítica diante do diagnosticismo
DOI:
https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27nespecial2-1148Palavras-chave:
psicanálise; medicina; neurologia; psiquiatria; patologização; diagnosticismo; clínica psicanalítica.Resumo
Neste artigo, acompanhamos o percurso teórico e clínico de Freud, destacando como a sua formação médica e a sua interlocução com a neurologia e a psiquiatria de sua época foram decisivas para a construção de um novo modelo clínico. Analisamos a emergência da psicanálise no interior do campo médico como uma inflexão conceitual fundamental: do órgão ao sujeito, da lesão à linguagem, da observação à escuta. Por meio de uma leitura cronológica e articulada de textos pré-psicanalíticos, clínicos e metapsicológicos, evidenciamos de que modo Freud abordou os sintomas e os fenômenos, deslocando-se da neurologia localizacionista para uma escuta orientada pela lógica do inconsciente. Ao examinarmos o diálogo crítico de Freud com figuras centrais da psiquiatria clássica, demostramos ainda como, na psicanálise, o diagnóstico não se reduz à nomeação classificatória, mas se insere na direção do tratamento, ressaltando a função singular da escuta clínica. Propomos, assim, uma recusa à normatização, reafirmando a posição ética da psicanálise diante dos desafios contemporâneos da patologização generalizada, ao sustentar uma clínica que se orienta pela escuta do sujeito: prática capaz de resistir ao diagnosticismo da experiência subjetiva.Downloads
Publicado
2025-10-24
Como Citar
Marques, L. R. (2025). Freud e o diálogo com a medicina: sobre os desafios da clínica psicanalítica diante do diagnosticismo. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 27(especial2), 209–236. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27nespecial2-1148
Edição
Seção
Artigos







