Geografia, Biologia e Política: Heidegger sobre lugar e mundo

Autores

  • Jeff Malpas
  • Rommel Luz Figueira Barbosa
  • Taís Silva Pereira

Resumo

    Este artigo argumenta, começando pela justaposição de Heidegger ao lado dos geógrafos Ratzel e Vidal de la Blanche, e do etologista von Uexküll, realizada por Giorgio Agamben, em seu ensaio The Open, que a estética da morada (aesthetics of dwelling), que encontramos no último Heidegger, tem que ser entendida em termos da centralidade para o pensamento de Heidegger de um conceito que também é central para o pensamento geográfico–cultural (e particularmente importante no modo de pensamento de Ratzel e Vidal de la Blanche), nomeadamente, o conceito de lugar ou ‘espaço geográfico’. A centralidade dada ao ‘geográfico’ (ou ‘topográfico’) no pensamento de Heidegger é freqüentemente tomada como diretamente conectada, como ela é entendida por Agamben, com o problemático engajamento de Heidegger com os nazistas nos anos 1930; e Agamben apresenta a posição heideggeriana como paralela a de von Uexküll quanto a isso. Porém, não apenas a maneira pela qual Agamben faz essa conexão é altamente enganosa, mas ela também não atenta para qualquer real consideração para o que pode estar em questão na ênfase no ‘geográfico’ em Heidegger. Há, de fato, razão para pensar que o papel desempenhado pelos conceitos de lugar e espaço no pensamento de Heidegger vai de encontro às associações que Agamben e outros supõem. Este artigo é então uma exploração do ‘geográfico’ tal como ele aparece em Heidegger e das associações políticas que podem ser pensadas como acompanhando–o, bem como da relação de Heidegger com uma certa linha da tradição geográfica exemplificada por Ratzel e Vidal de la Blanche. Palavras–chave: Estética da morada, Espaço geográfico, Mundo, Lugar.

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Publicado

2024-10-02

Como Citar

Malpas, J., Luz Figueira Barbosa, R., & Silva Pereira, T. (2024). Geografia, Biologia e Política: Heidegger sobre lugar e mundo. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 11(1), 171–200. Recuperado de https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/948

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