O Trieb freudiano – para além de Freud

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27n1-976

Palavras-chave:

Trieb; instinto; reflexo; pulsão.

Resumo

Nos argumentos que fazem parte da querela tradutória em torno do Trieb freudiano, é muito comum que duas abordagens complementares sejam adotadas: de um lado, a discussão de aspectos etimológicos e semânticos da palavra alemã, e, de outro, a elaboração conceitual que Freud faz dela. Neste artigo, esboçamos um programa de pesquisa com uma outra diretriz: estudar o emprego do conceito de Trieb em textos não-freudianos, mas que direta ou indiretamente puderam influenciar a teorização de Freud; trata-se, portanto, de um estudo de matiz histórico-conceitual, e não apenas interno, do conceito. Com efeito, ao abrir seus Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud elenca uma série de autores nos quais se baseou para formular seus próprios raciocínios sobre o Geschlechtstrieb, e não em vão todos eles utilizam o mesmo termo. A pesquisa, ainda em estado incipiente, demonstra a pertença da teorização freudiana acerca do Trieb a um panorama científico muito mais amplo (abarcando a neurologia, a fisiologia, o evolucionismo, a sexologia, a reflexologia etc.), o que torna anacrônica a tradução do Trieb freudiano pelo quase-neologismo francês “pulsão”. Com isso, não se pretende fechar a discussão, mas sim abri-la, pois novas pesquisas são requeridas para enriquecer o debate.

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Publicado

2025-08-13

Como Citar

Souza, P. F. de. (2025). O Trieb freudiano – para além de Freud. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 27(1), 80–109. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27n1-976