https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/issue/feed Natureza Humana - Revista Internacional de Filosofia e Psicanálise 2025-10-24T18:03:18-03:00 Editores [email protected] Open Journal Systems <p>A Revista Natureza Humana (Qualis A3) publica trabalhos relacionados à fundamentação das teorias e das práticas psicoterápicas. As obras de Martin Heidegger e Donald W. Winnicott são tomadas como pontos de referência centrais, mas não exclusivos.</p> <p>A escolha desses dois autores repousa em razões sólidas. O primeiro é considerado, há tempo, um dos maiores filósofos do século, e o segundo vem recebendo crescente reconhecimento como o mais original psicanalista desde Freud. Além disso, ambos os autores lançaram pontes entre a filosofia e a psicoterapia. Heidegger dedicou – como se vê nos famosos Seminários de Zollikon – um esforço extraordinário à discussão da psicanálise freudiana e à tentativa de elaborar um projeto filosófico de patologia e terapia, sem perder de vista as descobertas científicas da psicanálise. Um dos nossos objetivos será resgatar esse projeto daseinsanalítico, ainda muito pouco conhecido, na tentativa de decidir, por meio de trabalhos ao mesmo tempo teóricos e clínicos, se ele tem o poder de constituir parte de uma nova tradição de pesquisa científica na psicoterapia e na medicina em geral, conforme foi antecipado e desejado por Heidegger.</p> <p>Por outro lado, trata-se de acompanhar Winnicott na sua tentativa de iniciar, apoiado em sua extensa experiência clínica, uma nova tradição de pesquisa e de clínica dentro da psicanálise. É à filosofia que Winnicott deve, como reconheceu em várias oportunidades, a coragem de proceder, passo a passo, na direção de uma melhor compreensão da natureza humana, livre de laços de lealdade pessoal com os fundadores da psicanálise tradicional. Resultou desse processo uma psicanálise renovada, centrada no problema de crescimento pessoal e não mais no de Édipo, e livre da herança metafísica das forças pulsionais que tanto pesa sobre a metapsicologia de Freud.</p> <p>ISSN 2175-2834 [Qualis CAPES A3]</p> https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1149 Nota introdutória à tradução do prefácio de Sigmund Freud (1919) à obra O ritual: estudos psicanalíticos, de Theodor Reik 2025-07-22T11:49:22-03:00 Luciana Ribeiro Marques [email protected] Sonia Alberti [email protected] Priscila Mählmann Muniz Dantas [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Apresenta-se, a seguir, a primeira tradução para a língua portuguesa do prefácio escrito por Sigmund Freud, em 1919, para o livro&nbsp;</span><em><span style="font-weight: 400;">Das Ritual: Psychoanalytische Studien</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Theodor Reik. Trata-se de um texto breve, porém denso, no qual Freud revisita o percurso da psicanálise desde seu surgimento como resposta a uma necessidade médica – diante de sintomas que escapavam aos tratamentos então disponíveis – até a sua consolidação como campo teórico voltado também à compreensão de produções como a arte, a religião e a cultura.&nbsp;</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1173 Apresentação do Dossiê Psicanálise em tempos sombrios: a clínica como objeto de resistência ao sofrimento e à dor 2025-10-21T11:43:34-03:00 Rosemarie Elizabeth Schimidt Almeida [email protected] <p>Apresentação do Dossiê Psicanálise em tempos sombrios: a clínica como objeto de resistência ao sofrimento e à dor, organizado pela Profa. Dra. Rosemarie Elizabeth Schmidt Almeida</p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1135 Corpos marcados: expressões do sofrimento psíquico na adolescência em tempos sombrios 2025-07-21T21:13:50-03:00 Rosemarie Elisabeth Schimidt Almeida [email protected] Ian Bandeira de Oliveira [email protected] Francis Willian Bueno Lourenço [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Diante do esgarçamento dos laços sociais e do colapso das matrizes simbólicas, a adolescência é experienciada sob a égide do sacrifício de viver em “tempos sombrios”. Este artigo propõe uma leitura psicanalítica da escarificação como expressão do sofrimento na adolescência, não reduzida à destrutividade, mas compreendida como tentativa de inscrição do sujeito frente ao irrepresentável e a um modo de (sobre)viver na sociedade. A partir de uma metodologia teórico-clínica, com uso de vinhetas clínicas psicanalíticas, apresenta-se o gesto de cortar-se como forma precária de simbolização diante do excesso pulsional, da falha ambiental e como um pedido de socorro que se faz no meio onde o adolescente convive. A escuta do analista, sustentada na ética da psicanálise, emerge como possibilidade de transformação da dor em palavra e do ato em narrativa. Nesse contexto, de culturas alicerçadas em “tempos sombrios”, a clínica psicanalítica surge como um espaço que pode ser considerado um “epítome do amor”, de amparo frente ao desamparo, onde o adolescente possa superar a dor e o sofrimento do existir.&nbsp;</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1136 Entre fatos e falhas: desafios da maternidade gemelar 2025-07-21T21:42:15-03:00 Maria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis [email protected] André Luiz Santos Batista [email protected] Mariana Elise Santa Rosa [email protected] Sabrina de Souza [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">A maternidade de gêmeos implica desafios extras desde a gestação, que é considerada de alto risco. O nascimento dos bebês implica angústias, temores e desafios vivenciados pela mãe provavelmente mais intensos do que aqueles que acometem as mães de bebês singulares – quando nasce um bebê por gestação. Tendo em vista que, na literatura psicanalítica contemporânea, ainda são encontrados pouco textos relativos ao atendimento psicoterápico a tais mulheres, foi desenvolvido o presente estudo com o objetivo de descrever e analisar os fatos clínicos vivenciados no atendimento psicoterápico a uma mãe de gêmeos. A análise dos fatos clínicos detectados possibilitou a reflexão sobre a sobrecarga vivenciada pela mãe em função das demandas simultâneas dos cogêmeos e as implicações no relacionamento conjugal.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1137 Ressonâncias sobre a decisão do uso da pílula anticoncepcional: um estudo clínico qualitativo 2025-07-21T21:57:37-03:00 Nathália Tavares Bellato Spagiari [email protected] Sílvia Nogueira Cordeiro [email protected] Gustavo Henrique Dionísio [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">A pílula anticoncepcional foi fruto de um conjunto de exigências das mulheres referentes ao cuidado com sua vida, principalmente a fertilidade. Logo, como as mulheres significam a escolha pelo uso da pílula na atualidade? Objetiva-se, com este estudo, compreender algumas das razões e significados atribuídos por mulheres do norte do Paraná sobre essa escolha. Por intermédio do método clínico qualitativo, entrevistou-se nove mulheres usuárias da pílula. Observou-se que os motivos atribuídos por elas são, fundamentalmente: controle de tempo e fluxo menstrual, diminuição de sintomas emocionais ligados a TPM, diminuição da acne, adiamento da maternidade; já os significados se distribuem em comodismo, controle sobre os ciclos da vida, autonomia sobre as suas decisões. Conclui-se que tais dados podem levantar uma questão acerca de um ordenamento fálico sobre o corpo, assim como um adiamento da maternidade com finalidade de experienciarem outras formas de criação sobre o feminino.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1138 Os objetos voz e olhar na devastação em A voz humana, de Pedro Almodóvar 2025-07-21T22:08:50-03:00 Heloisa Caldas [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">O artigo aborda os conceitos dos objetos voz e olhar na psicanálise, explorando as contribuições de Lacan em diálogo com o conceito de objeto transicional de Winnicott, a partir do filme </span><em><span style="font-weight: 400;">A voz humana</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Pedro Almodóvar. Explorando a concepção de objeto </span><em><span style="font-weight: 400;">a</span></em><span style="font-weight: 400;">, em especial a voz como objeto pulsional inaugural, o texto articula a dimensão do gozo ao registro da alteridade estrutural, problematizando a falência das construções fantasmáticas diante do real do trauma amoroso. A relação entre voz e olhar é analisada e seus componentes são situados como elementos que transcendem os registros simbólico e imaginário, evocando a tensão entre a posição de sujeito e a alienação ao objeto caído. Na protagonista, evidencia-se o percurso da devastação à reconfiguração subjetiva, mediada por um objeto transicional, conforme a formulação winnicottiana. Pretende-se, assim, oferecer uma leitura crítica das formas contemporâneas de subjetivação, amor e gênero, apontando o entrelaçamento entre pulsão de morte, fantasia e gozo </span><em><span style="font-weight: 400;">nãotodo</span></em><span style="font-weight: 400;">.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1139 Psicanálise e Evidências: perspectivas crítica e histórica 2025-07-21T22:20:29-03:00 Richard Harrison Oliveira Couto [email protected] Marco Correa Leite [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Neste artigo, discutimos a respeito das práticas baseadas em evidências no campo da saúde mental resgatando suas origens, agentes financiadores e políticas de implementação, bem como os efeitos deletérios que esta política produziu no campo da saúde mental. Embora a psicanálise e as psicoterapias dela baseadas tenham evidências como apontam muitas pesquisas clínicas, estas geralmente não são divulgadas e, quando aparecem nas mídias ou revistas de alto impacto, as críticas tendem a apontar falhas que, na maioria das vezes, não são diferentes das falhas encontradas em pesquisas com relação a práticas com evidências de eficácia, efetividade e eficiência já aceitas. Encontramos em nossa pesquisa que, dentro do campo da prática baseada em evidências, mais especificamente em saúde mental, há fortes indícios de uma política que tenta implementar a todo custo, por vezes de forma antiética, uma visão extremamente pobre tanto epistemologicamente quanto com relação à prática, priorizando determinados tratamentos que, como foi possível verificar, não são superiores a outras práticas ou, em alguns casos, nem mesmo ao efeito placebo. Por último, discutimos sobre o método da psicanálise e as razões pelas quais ela pode funcionar quando outros tratamentos costumam fracassar uma vez que desconsideram a possibilidade do inconsciente, tal qual descoberto e sustentado pela teoria e clínica psicanalíticas.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1140 Manejo transferencial e tempo lógico na era do neoliberalismo 2025-07-21T22:34:44-03:00 Rosangela Vernizi [email protected] Rosane Zétola Lustoza [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo busca contribuir para uma reflexão sobre o impacto do imperativo de aceleração e produtividade na direção de tratamento, especialmente no que diz respeito ao manejo transferencial. Para isso, propõe-se um breve percurso sobre as transformações ligadas ao capitalismo e seus efeitos sobre a subjetividade, ao destacar o modo como as exigências típicas do neoliberalismo afetarão os pacientes que recorrem ao tratamento. A seguir, são examinados os desafios ao manejo transferencial na prática psicanalítica, particularmente no que diz respeito ao uso do tempo lógico, concluindo assim, que as demandas contemporâneas exigem do analista um manejo criterioso do tempo para não ceder de seu desejo de analista.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1141 Reviramentos do corpo na história e na psicanálise 2025-10-24T18:03:18-03:00 Denise Maurano [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Ao longo do tempo, desde a influência filosófica greco-romana na Civilização Ocidental, as correntes idealistas e as tendências materialistas atravessam as reflexões sobre a corporeidade. Estas desembocam no mundo contemporâneo, no qual muito se comenta sobre a super valorização do corpo, valorização entretanto, extremamente duvidosa, pois se o toma, por sua imagem. Imagem essa que, respondendo ao mundo globalizado do terceiro milênio, faz do corpo um produto do mercado, dado a toda sorte de idealidades e manipulações. Mas afinal: Sou eu que habito um corpo, que tenho um corpo, ou eu sou meu corpo? O que é o eu? O que é o corpo? O que é o si mesmo? Seu reconhecimento? Lacan nos adverte que o corpo deveria nos deslumbrarnos mais, afinal, ele é a condição tanto para o desejo, quanto para o gozo. Este é o tema deste artigo.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1142 A Cabeça de Medusa e a interpelação do real pelo pensamento 2025-07-22T10:45:03-03:00 Laéria Fontenele [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">O ensaio revisita o texto&nbsp; A cabeça da Medusa , no qual há contribuições pontuais ao estudo dos efeitos do complexo de castração na estruturação do pensamento e sua dificuldade de assimilação do real. Segue as indicações de Freud, ao final do texto, destacando o relevo dos estudos sobre as origens daquele símbolo na mitologia grega. Vislumbra duas indagações: por que tal mito é singular?&nbsp; por que o mito da Cabeça de Medusa e não o de Medusa? Visa elucidar as lições da Psicanálise à discussão de um problema contemporâneo: a desagregação das forças progressistas e afirmativas dos direitos humanos, bem como a das bases legitimadoras da Cultura, que escorrem no ódio, no dissenso, no narcisismo das pequenas diferenças, que dificultam o diálogo plural, necessário à simbolização da diferença e ao seu debate científico.&nbsp;</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1143 “Faz pulsar corações no aplauso das multidões": nuances sobre a criatividade e o viver sensível artístico em tempos sombrios sob a perspectiva de D. W. Winnicott 2025-07-22T10:53:48-03:00 Maíra Bonafé Sei [email protected] Raphael Edson Dutra [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">O presente estudo trata-se de uma investigação, a partir das postulações teóricas de D. W. Winnicott, acerca da criatividade e dos processos criativos na atualidade. Para tanto, tomamos como ponto de referência analítica a observação crítica ao espectador em uma obra de arte clássica, o ballet. Recorremos à teoria da criatividade e a importância do processo ilusório e do brincar para a produção de sentidos ao viver. E, então, estabelecemos uma crítica reflexiva ao processo de subjetivação em tempos sombrios, de necessidades atendidas rapidamente e de empobrecimento da experiência do </span><em><span style="font-weight: 400;">self</span></em><span style="font-weight: 400;">, no ballet, mas também na sociedade como um todo.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1144 Vivências associadas à fibromialgia conforme compartilhadas por mulheres em ambientes digitais 2025-07-22T11:08:13-03:00 Rodrigo Sanches Peres [email protected] Eduardo Yudi Huss [email protected] Hellen Lima Buriolla [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">O presente estudo teve como objetivo compreender vivências associadas à fibromialgia, sobretudo aquelas emergentes no contexto familiar, conforme compartilhadas </span><em><span style="font-weight: 400;">on-line</span></em><span style="font-weight: 400;"> por pacientes acometidas. Para tanto, nos ocupamos de postagens efetuadas na </span><em><span style="font-weight: 400;">internet</span></em><span style="font-weight: 400;"> por tal população e empregamos procedimentos metodológicos propostos para o desenvolvimento de pesquisas qualitativas fundamentadas no método investigativo psicanalítico mediante a adoção de ambientes digitais como </span><em><span style="font-weight: 400;">locus</span></em><span style="font-weight: 400;"> para a coleta de dados. O </span><em><span style="font-weight: 400;">corpus</span></em><span style="font-weight: 400;"> do presente estudo foi composto, no total, por 10 postagens, de oito perfis distintos. Os resultados obtidos apontam que as internautas responsáveis pelas postagens selecionadas sentem que, após o diagnóstico, perderam a saúde por completo e, com isso, perderam o lugar que ocupavam anteriormente na própria família. Foram também detectados indícios de que essas internautas tendem ao conformismo frente à contestação social da qual acreditam ser vítimas e de que julgam possuir pouca ou nenhuma autonomia no que diz respeito ao enfrentamento das limitações causadas pela síndrome.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1145 Notas sobre as contribuições de Lacan ao diagnóstico em psicanálise 2025-07-22T11:15:24-03:00 Marco Antonio Coutinho Jorge [email protected] Vivian Martins Ligeiro [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Na sequência de seu trabalho teórico de retorno a Freud, em que destacou a tripartição clínica estrutural - neurose, perversão e psicose -, Jacques Lacan forneceu inúmeras contribuições para o diagnóstico diferencial. Os três registros psíquicos isolados pelo ensino de Lacan – real, simbólico, imaginário – permitem a distinção diagnóstica com novo apuro, em que a fantasia fundamental assume uma importância decisiva.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1146 A clínica da urgência em suas diversas manifestações 2025-07-22T11:24:19-03:00 Maico Fernando Costa [email protected] Deborah Lima Klajnman [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">A compreensão do conceito “Clínica da Urgência” implica o reconhecimento da Urgência em sua dimensão orgânica ou subjetiva, como que se bifurcando em diversas manifestações: 1) Urgência propriamente dita; 2) Urgência orgânica-generalizada; 3) Instalação da urgência; 4) Urgência subjetiva; 5) Urgência na neurose; 6) Urgência na psicose;</span> <span style="font-weight: 400;">7) Urgências e suas conclusões. O objetivo deste artigo é apresentar as variadas expressões da concepção de Urgência, tendo em conta o dispositivo Clínica da Urgência. Durante a presente produção, construímos reflexões baseadas nas múltiplas manifestações de Urgência na experiência dos sujeitos em relação às suas angústias, demandas e desejos. Portanto, expusemos vinhetas clínicas de casos que atendemos e que se entrelaçam às teorizações. Acrescentamos que isso está ligado ao estilo subjetivo de cada ser humano em sua vinculação com o mundo, logo, representa a sua singularidade no contato com os outros que o circundam.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1147 A dicotomia da natureza humana 2025-07-22T11:33:44-03:00 Ronaldo Victer [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Trata-se de um ensaio psicanalítico-científico pondo a dicotomia como uma questão distinta da dissociação, enquanto estrutura de natureza mental. O autor utiliza de exemplos do cotidiano para dar foco ao modelo dicotômico do funcionamento mental, como algo ubíquo. Aponta a concepção dualista de Freud na conceituação dos preceitos psicanalíticos em face seu raciocínio cognitivo básico. Assim como faz analogia da dicotomia com experiências sobre o corpo de possuir dois braços, duas pernas, dois pulmões, duas partes cerebrais. Evoca os autores Piera Aulagnier, Elizabeth Howell e Ronald Fairbairn para repassar conceitos de dissociação e por Luis Cabré quanto aos conceitos de Spaltung de Freud e de Splitting de Ferenczi. Ao final, busca consubstanciar com novos exemplos a necessidade humana permanente de reintegração consigo mesmo, representando a vívida movimentação da profunda experiência da dicotomia interior da natureza humana.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1148 Freud e o diálogo com a medicina: sobre os desafios da clínica psicanalítica diante do diagnosticismo 2025-07-22T11:40:32-03:00 Luciana Ribeiro Marques [email protected] <p><span style="font-weight: 400;">Neste artigo, acompanhamos o percurso teórico e clínico de Freud, destacando como a sua formação médica e a sua interlocução com a neurologia e a psiquiatria de sua época foram decisivas para a construção de um novo modelo clínico. Analisamos a emergência da psicanálise no interior do campo médico como uma inflexão conceitual fundamental: do órgão ao sujeito, da lesão à linguagem, da observação à escuta. Por meio de uma leitura cronológica e articulada de textos pré-psicanalíticos, clínicos e metapsicológicos, evidenciamos de que modo Freud abordou os sintomas e os fenômenos,&nbsp; deslocando-se da neurologia localizacionista para uma escuta orientada pela lógica do inconsciente. Ao examinarmos o diálogo crítico de Freud com figuras centrais da psiquiatria clássica, demostramos ainda como, na psicanálise, o diagnóstico não se reduz à nomeação classificatória, mas se insere na direção do tratamento, ressaltando a função singular da escuta clínica.&nbsp; Propomos, assim, uma recusa à normatização, reafirmando a posição ética da psicanálise diante dos desafios contemporâneos da patologização generalizada, ao sustentar uma clínica que se orienta pela escuta do sujeito: prática capaz de resistir ao diagnosticismo da experiência subjetiva.</span></p> 2025-10-24T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025