Natureza Humana - Revista Internacional de Filosofia e Psicanálise
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<p>A Revista Natureza Humana (Qualis A3) publica trabalhos relacionados à fundamentação das teorias e das práticas psicoterápicas. As obras de Martin Heidegger e Donald W. Winnicott são tomadas como pontos de referência centrais, mas não exclusivos.</p> <p>A escolha desses dois autores repousa em razões sólidas. O primeiro é considerado, há tempo, um dos maiores filósofos do século, e o segundo vem recebendo crescente reconhecimento como o mais original psicanalista desde Freud. Além disso, ambos os autores lançaram pontes entre a filosofia e a psicoterapia. Heidegger dedicou – como se vê nos famosos Seminários de Zollikon – um esforço extraordinário à discussão da psicanálise freudiana e à tentativa de elaborar um projeto filosófico de patologia e terapia, sem perder de vista as descobertas científicas da psicanálise. Um dos nossos objetivos será resgatar esse projeto daseinsanalítico, ainda muito pouco conhecido, na tentativa de decidir, por meio de trabalhos ao mesmo tempo teóricos e clínicos, se ele tem o poder de constituir parte de uma nova tradição de pesquisa científica na psicoterapia e na medicina em geral, conforme foi antecipado e desejado por Heidegger.</p> <p>Por outro lado, trata-se de acompanhar Winnicott na sua tentativa de iniciar, apoiado em sua extensa experiência clínica, uma nova tradição de pesquisa e de clínica dentro da psicanálise. É à filosofia que Winnicott deve, como reconheceu em várias oportunidades, a coragem de proceder, passo a passo, na direção de uma melhor compreensão da natureza humana, livre de laços de lealdade pessoal com os fundadores da psicanálise tradicional. Resultou desse processo uma psicanálise renovada, centrada no problema de crescimento pessoal e não mais no de Édipo, e livre da herança metafísica das forças pulsionais que tanto pesa sobre a metapsicologia de Freud.</p> <p>ISSN 2175-2834 [Qualis CAPES A3]</p>DWWeditorialpt-BRNatureza Humana - Revista Internacional de Filosofia e Psicanálise1517-2430O Homem dos Ratos entre Descartes e o Antigo Testamento
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<p>Numa das obsessões do Homem dos Ratos, ao tentar rezar e proferir bênçãos, o famoso paciente tinha de lidar com a intromissão de um “não”, que as convertia em seu oposto, isto é, em maldições. Ao descrever tal fenômeno, Freud diz que um <em>böser Geist </em>(“espírito maligno”) se intrometia nas ações do paciente, e que ele era um “Balaão invertido”. Neste artigo, procuramos investigar esses dois detalhes do texto freudiano. Primeiro, partimos ao Antigo Testamento, para compreender melhor a menção a Balaão, personagem de certa relevância na tradição judaica. Num segundo momento, fomos às <em>Meditações Metafísicas</em>, de Descartes; com efeito, o <em>genius malignus </em>(“gênio maligno”) aventado pelo filósofo foi traduzido, para o alemão, como <em>böser Geist</em>. Com isso, pudemos voltar ao texto freudiano e reavaliar o caso clínico do Homem dos Ratos, buscando averiguar que relações há em Freud entre o homem, a razão e a verdade.</p>Pedro Fernandez de Souza
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2024-03-152024-03-1526112510.59539/2175-2834-v26n1-569Adicção a drogas e funcionamentos limites: articulações teórico-clínicas
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<p style="font-weight: 400;">A adicção a drogas caracteriza-se pelo recurso a uma substância como único meio capaz de trazer alívio aos estados de angústia. Não há consenso acerca da reunião dos pacientes dependentes químicos em uma estrutura especificamente adictiva, mas nos casos em que as drogas assumem <em>status</em> de único caminho possível ao alívio do sofrimento interno, a dinâmica psíquica aproxima-se daquela exibida nos funcionamentos limites da personalidade. A partir disso, construiu-se uma reflexão teórico-clínica, de abordagem winnicottiana, traçando um paralelo entre a etiologia e a consequente dinâmica psíquica dos pacientes adictos a drogas e daqueles classificados como funcionamentos limites da personalidade.</p>Renata Galves Merino KallasMaria Abigail de Souza
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2024-05-142024-05-14261263910.59539/2175-2834-v26n1-633A construção do pensar: um estudo comparativo entre Bion e Winnicott
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<p style="font-weight: 400;">Pretende-se, neste artigo, elucidar e comparar as concepções de pensamento segundo Bion e Winnicott. O estudo inicia-se com uma análise detalhada da teoria de Bion sobre o pensar, especialmente no contexto da psicose, conforme explorado em seu texto “Uma teoria do pensar” de 1962. Em seguida, examina-se a visão de Winnicott sobre o desenvolvimento do pensamento, destacando sua abordagem sobre a maturidade emocional e a integração do self. A partir disso, o artigo empreende uma comparação minuciosa entre as técnicas psicanalíticas de ambos, focando-se em um caso clínico de esquizofrenia tratado por Bion, no seu ensaio “Notas sobre a esquizofrenia” de 1953.</p>Alexandre Patricio de AlmeidaAlfredo Naffah NetoFilipe Pereira Vieira
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2024-07-122024-07-12261405910.59539/2175-2834-v26n1-692Oedipal Humanity: Helplessness, Castration and the Society-Nature Neurosis
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<p><strong>Resumo</strong></p> <p>O ensaio visa apresentar a interpretação da relação sociedade-natureza como reelaboração do complexo edipiano e de neuroses na psique. Com apoio de leituras da psicanálise e da filosofia, discuto o sentimento de continuação ou descontinuação humana com a natureza, problematizando os impactos da interdição dos desejos instintuais entre as pulsões eróticas e destrutivas do ser humano. Apresento duas possíveis interpretações sobre a neurose desencadeada no superego coletivo com as relações transferenciais das figuras materna e paterna: a Natureza-Mãe e a Natureza-Pai. Analiso alguns exemplos derivados dos traumas de castração na sociedade contemporânea: o medo da natureza e o medo da morte. Por fim, sinalizo a necessária continuidade de pesquisas sobre as derivações edipianas da relação sociedade-natureza, com vistas a relacionar geografia e psicanálise para entender as neuroses humanas no mundo e no tempo em que vivemos.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Eros; angústia; Édipo; psicanálise; sociedade. </p>Reginaldo José de Souza
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2024-10-072024-10-07261607810.59539/2175-2834-v26n1-819A origem ontoteleológica da metafísica e a teoria aristotélica da substância conforme a lição de Heidegger
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<p>O texto é dividido em três partes: a primeira é uma apresentação rápida e parcial da teoria aristotélica da substância, atenta principalmente ao problema colocado pela duplicidade da determinação do objeto da filosofia primeira, que é dito ser tanto <em>o ser enquanto ser</em>, quanto a <em>substância imaterial e imóvel</em>. A segunda parte trata de informar como a dificuldade envolvida nessa dualidade do objeto da filosofia primeira ensejou variações no modo de conciliar esse duplo estatuto da filosofia primeira no helenismo tardio e na Idade Média, variações essas nas quais o apelo ao conceito platônico é constante e central. A terceira parte é uma breve apresentação da argumentação de Heidegger de que tal dualidade determina historicamente o caráter ontoteológico da metafísica e, assim, o processo de entificação do ser. Processo do qual decorre o tratamento, cada vez mais radicalizado, de tudo o existe como a série incontável de objetos sujeitos à manipulação, ao controle e a exploração, cuja figura de conjunto traz consigo, no entanto, o aviso de que há de haver um outro modo de nos colocarmos ante o que existe. Este é o denominado <em>outro início</em>, à meditação do qual Heidegger consagrou sua obra a partir dos anos 30 do século passado.</p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>Heiddegger; Aristóteles; Ontoteologia; Ser; Substância.<strong> </strong></p>João Carlos Brum Torres
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2024-10-072024-10-07261799910.59539/2175-2834-v26n1-835Apresentação: a questão dos direitos humanos em questão
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<p> </p>Marcos NalliRenan Pavini
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2024-10-222024-10-22261IV10.59539/2175-2834-v26n1-1080Michel Foucault: a vida e a humanidade como produções da biopolítica
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<p><strong>Resumo: </strong>Neste artigo, parto da noção de “soberania sujeita” que Foucault analisa em uma entrevista de 1971 para refletir a produção, pelo direito romano, do discurso humanista e seus efeitos na atualidade. A partir da “soberania sujeita, problematizo o discurso humanista norteador da biopolítica, particularmente com relação à gestão da vida e da noção humanidade para, ao final, refletir as vidas esconjuradas pelo discurso humanista e secularmente silenciadas, violentadas e assassinadas por uma racionalidade política que produz e reforça a violência de gênero, de raça e de classe. Para tanto, retomo textos de Audre Lorde, Silvia Federici, Sueli Carneiro e Paul B. Preciado.</p> <p>Palavras-chave: Soberania Sujeita. Biopolítica. Gênero. Raça. Classe</p>Giovana Carmo Temple
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2024-10-222024-10-2226111810.59539/2175-2834-v26n1-648A espetacularização da política a partir de Agamben e Debord: a construção do migrante e do refugiado como homini sacri e seus direitos humanos sob ameaça
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<p>Neste artigo analisamos como as categorias da glória e do espetáculo são fundamentais na construção dos migrantes e refugiados como <em>homines sacri </em>e a ameaça aos seus direitos humanos. Em primeiro lugar, nos ocupamos do conceito da glória, em Giorgio Agamben, lastreado na teologia política. A seguir, examinamos a categoria do espetáculo, em Guy Debord. Na sequência, discutimos em que aspectos esse cenário configura os alicerces da política do nosso tempo, dentro das democracias liberais de massas, auxiliando na instalação e manutenção do estado de exceção, delineando a ideia do migrante e do refugiado como vidas matáveis sem que se incorra em crime, fragilizando seus direitos humanos.</p>Marcia Rosane Junges
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2024-10-222024-10-22261193710.59539/2175-2834-v26n1-646“Onde estão nossos filhos?”: os Direitos Humanos e o desaparecimento forçado em Améfrica Ladina
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<p style="font-weight: 400;">O ensaio tematiza a Chacina de Acari, ocorrida em 26 de julho de 1990, para discutir os limites e tensões das chancelas estatais de violações de direitos humanos contra as populações negro-periféricas brasileiras. Trata-se de debater como o desaparecimento forçado constitui grave violação aos direitos humanos e de que modo, em sociedades atravessadas pelo lastro colonial, como a brasileira, as estratégias de tortura e assassínio pelos agentes do Estado são naturalizadas (e atualizadas) em práticas sistemáticas e cotidianas de “fazer desaparecer” pessoas negras. O racismo é, desse modo, o que possibilita a justificativa da morte sumária e a permanência do vilipêndio que vitimiza aqueles/as que são tornados/as inimigos/as públicos do Estado. Por fim, o ensaio aponta como, em Améfrica Ladina, conceito tomado de empréstimo à Filósofa Lélia Gonzalez, a crítica à violência não se dissocia à crítica à concepção universalista e abstrata dos direitos humanos, em direção a um direito radicalmente comprometido com a vida, encarnado nas lutas das mães e familiares das vítimas.</p>Diego dos Santos ReisMalu Stanchi
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2024-10-222024-10-22261385110.59539/2175-2834-v26n1-782Liberdade, biopolítica e democracias imunitárias
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<p>Pretendo refletir qual o sentido da liberdade, uma vez que ela é transformada numa espécie de dispositivo imunitário. Para tanto, exploro suas vinculações com o liberalismo e o neoliberalismo, segundo a ótica analítica de Michel Foucault, isto é, como um gradiente de inteligibilidade à biopolítica; o que permite compreender a dimensão imunitária que a noção neoliberal de liberdade assume e suas consequências numa radicalização da deriva niilista que funda a comunidade. Ainda que de modo bastante breve, busco sugerir a importância de se construir outros vínculos em que a alteridade, em sua diferença, seria fundamental para se conceber outra noção de liberdade e de comunidade.</p>Marcos Nalli
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2024-10-222024-10-22261526510.59539/2175-2834-v26n1-812Considerações sobre biopolítica em Michel Foucault
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<p>Foucault apresentou o conceito de biopolítica em seus trabalhos nos períodos de 1976 à 1979, que caracteriza o modo pelo qual o poder se orienta para uma transição, que se mostrou no final do século XVII e o início do século XIX, poder esse com o intuito de governar não apenas o sujeito mediante a inúmeros modos de procedimentos disciplinares, assim também como o conjunto de sujeitos, em outros termos a população. Nesse sentido ao pensarmos a biopolítica foucaultiana devemos pensar a relação que se apresenta entre a vida e o poder. O poder adentrou em todos os espaços da existência humana, a biopolítica como controle do sujeito através de biopoderes territoriais se apropriará da vida desses sujeitos, como, da sexualidade, da natalidade, da higiene, da saúde, da economia, da segurança, do trabalho, enfim, o biopoder sequestrou a subjetividade do sujeito, governando seus corpos, seus mecanismos que exercem esse poder são diversos, que intensificam e otimizam a vida, ou seja, o governo da vida, que considera o sujeito enquanto parte de um coletivo, a espécie humana. Esta gestão de um novo sujeito implicará novos modos de tecnologias de poder, enquanto um indivíduo que compõe o coletivo. Assim a gestão do Estado confunde-se com a gestão da vida coletiva e é nessa disposição que a forma de governar irá lidar com o corpo social como um organismo vivo, isto é, determinar um mesmo modo de registro demográfico e estatísticos desse corpo coletivo. Um poder que se mostra com o direito de fazer viver e deixar morrer. De outro modo, a biopolítica enquanto mecanismo institucional de formatação do sujeito e de gestão da população configura um governo de um tipo de poder soberano, revestido do direito de vida e de morte sobre os sujeitos e exercida pelo fazer morrer e deixar viver. É com ênfase nesse ponto que apresentaremos nossas considerações sobre a biopolítica em Foucault.</p>Rodrigo Lima de Oliveira
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2024-10-222024-10-22261667810.59539/2175-2834-v26n1-815Uma vida filosófica: a PARRESIA socrática contra as coações do poder
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<p>Foucault demarca os limites da sociedade moderna a partir do conhecido deslocamento do estado soberano para o biopoder, através da relação poder, vida e morte. Sua tese é de que, antes do século XVIII, o soberano era simbolizado pelo gládio, que significava que ele exercia, sobre seus súditos, “o poder de causar a morte ou deixar viver”. A partir da época clássica, por uma transformação profunda nos mecanismos de poder, o direito sobre a morte desloca-se ao apoiar-se nas exigências de um poder que “gere a vida”. Nesta nova configuração, encontramos dois eixos do biopoder: as disciplinas (governo dos corpos dos indivíduos) e a biopolítica (governo da população). Até então, no pensamento de Foucault é marcado por uma constante coação dos mecanismos de poder-saber sobre o sujeito. Entretanto, no último momento do pensamento de Foucault, nomeado de uma “Ética” ou “Estética da existência”, o filósofo se volta aos gregos para encontrar um pensamento crítico em que os indivíduos não são meros efeitos de um poder que coage e assujeita, e sim de uma vida como obra de arte, uma vida filosófica, como pensaremos a partir de Sócrates.</p>Tiaraju Dal Pozzo PezRenan Pavini
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2024-10-222024-10-222617910010.59539/2175-2834-v26n1-814Michel Foucault: a inspeção arquitetônica da biopolítica
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<p>A presente pesquisa consiste em fazer o uso das análises do conceito de biopolítica, inicialmente, nas perspectivas, compreensões e concepções de Michel Foucault em relação ao espaço, ou seja, o espaço da cidade no prisma da biopolítica. A proposta inicial é delimitar, de algum modo, uma definição do conceito de biopolítica, e apresentar sua influência e impacto no espaço. A proposta principal desta pesquisa é fazer uma relação do saber médico apresentado no contexto espacial da biopolítica e sua adequação em outras áreas do saber, isto é, da intersecção entre geografia, arquitetura e urbanismo. Neste sentido, analisa-se a mudança da concepção médica do século XVIII e como os mecanismos biopolíticos se constituem através de sua apropriação, além de apresentar o modo irredutível como a “vida” está inspecionada e sobreposta numa questão médica-espacial.</p>Guilherme Henrique da Silva Basco Garcia
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2024-10-222024-10-2226110112410.59539/2175-2834-v26n1-818Ontotecnologias do corpo e biopolítica na era da pós-humanidade e da pós-emancipação
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<p>Fundamental para entendermos o horizonte generalizadamente “antropofágico” das relações interindividuais, de consumo indiscriminado de tudo e todos por todos, a ideia de “uso dos corpos” mostra ser crucial para a regulação humanista contra o abuso, a instrumentalização e a exploração. Por sua vez, o adquirido da tecnicidade originária, enquanto condição técnica do próprio <em>anthropos</em>, significa que nem corpo, nem linguagem escapam à disponibilidade de todas as coisas na direção indicada pela técnica. Surgindo doravante como grelha de inteligibilidade do mundo e do próprio homem, ela abre a uma teoria crítica pós-humanista da conceção instrumental, protésica da serviçalidade essencial da técnica, ao mesmo tempo que põe em causa que corpo, pertença a um género, desejo ou sexualidade possam ser o <em>locus</em> de resistência às relações de poder-saber tecnicamente mediadas. A animanidade sobre a qual estas operam na era da biopolítica engloba a totalidade sem resto da matéria-prima corpórea a todos os seus níveis, vegetativo, animal, de relação, e projeta-se nas políticas chamadas pós-emancipatórias em que o que está em causa não é já a definição e o exercício de direitos, liberdades e garantias da política iluminista clássica, mas a persecução experimental de modos de vida, de que é exemplo a contrasexualidade tecnoperformativa. A <em>experimental life</em> tecnofílica que funciona no plano da liberdade morfológica, tem, nno entanto, implicações políticas decisivas.</p> <p> </p>António Fernando Cascais
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2024-10-222024-10-2226112515910.59539/2175-2834-v26n1-650La vie au-delà de la vie. Droits de l’homme, espace politique et revendications de droits
https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/1077
<p>Os direitos do homem parecem definir não apenas um direito à vida, mas também um direito à vida para além da vida: não apenas um direito de permanecer vivo, com uma existência biológica contínua, mas também um direito a uma vida livre, uma vida com liberdade e proteção iguais para todos por meio do direito. Nesse sentido, os direitos do homem e a vida são indissociáveis, e isso fora de um paradigma de biopoder. O objetivo desta contribuição é, portanto, complexificar a reflexão sobre a relação entre o direito e a vida, considerando um direito à vida para além da vida, a partir de três dialéticas decorrentes de três contradições que afetam os direitos humanos.<br />Palavras-chave: Direitos humanos; liberdade, capacidades.</p>Julie Saada
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2024-10-222024-10-2226116018010.59539/2175-2834-v26n1-1077Vida para além da vida: Direitos do homem, espaço político e reivindicações de direitos
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<p>Os direitos do homem parecem definir não apenas um direito à vida, mas também um direito à vida para além da vida: não apenas um direito de permanecer vivo, com uma existência biológica contínua, mas também um direito a uma vida livre, uma vida com liberdade e proteção iguais para todos por meio do direito. Nesse sentido, os direitos do homem e a vida são indissociáveis, e isso fora de um paradigma de biopoder. O objetivo desta contribuição é, portanto, complexificar a reflexão sobre a relação entre o direito e a vida, considerando um direito à vida para além da vida, a partir de três dialéticas decorrentes de três contradições que afetam os direitos humanos.<br />Palavras-chave: Direitos humanos; liberdade, capacidades. </p>Lorena BalbinoJulie Saada
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2024-10-222024-10-2226118120110.59539/2175-2834-v26n1-1078