O pressuposto emergentista da psicanálise freudiana: notas sobre a irredutibilidade da pulsão

Authors

  • Érico Andrade Universidade Federal de Pernambuco

Abstract

Pretendo mostrar que as pulsões são irredutíveis a uma abordagem estritamente neurológica. Para tanto, tomo como hipótese que a base orgânica e, portanto, natural da pulsão não implica que as suas propriedades possam ser explicadas em termos estritamente fisiológicos. Ou seja, as pulsões são propriedades emergentes dos estímulos orgânicos internos e mostram a existência de fenômenos subjetivos. A hipótese do inconsciente, entendido como uma rede conceitual, é empreendida por Freud, como um esforço de criar uma disciplina com a tarefa de explicar como lidamos subjetivamente com o comportamento da pulsão.

References

Bedau, M. (2008). Downward Causation and Autonomy in Weak Emergence. In M. Bedau & P. Humphreys (Orgs.). Emergence: Contemporary Readings in Philosophy and Science (pp. 155-189). Cambridge, MA: The MIT Press. Bedau, M. & Humphreys, P. (2008). Introduction. In M. Bedau & P. Humphreys (Orgs.). Emergence: Contemporary Readings in Philosophy and Science (pp. 1-19). Cambridge, MA: The MIT Press.

Bezerra, B. (2013). Projeto para uma psicologia científica: Freud e as neurociências. São Paulo: Civilização Brasileira.

Chalmers, D. (1996). The Conscious Mind: in Search of a Fundamental Theory. Oxford: Oxford University Press. Cheniaux, E. & Lyra, C. (2014). The Dialog between Psychoanalysis and Neuroscience: What Does Philosophy of Mind Say?. Trends Psychiatry Psychother, 36(4), 186-192. Churchland, P. M. (1990). Eliminative Materialism and the Propositional Attitudes. Oxford: Blackwell.

Freud, S. (1905). Três ensaios sobre a sexualidade. In Sigmund Freud. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad.; Vol. 1, pp. 77-102). Rio de Janeiro: Imago, 1979. Freud, S. (1910). Cinco Lições sobre a psicanálise. In Coleção Os pensadores Freud. (D. Marcondes, Trad.; Vol. 1, pp. 1-37). São Paulo: Abril Cultural, 1979. Freud, S. (1915a). Pulsões e seus destinos. In Sigmund Freud. Edição das obras completas de Freud (P. Souza, Trad.; Vol. 12, pp. 51-88). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Freud, S. (1915b). O inconsciente. In Sigmund Freud. Edição das obras completas de Freud (P. Souza, Trad.; Vol. 12, pp.99-151). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Freud, S. (1915c). Repressão. In Sigmund Freud. Edição das obras completas de Freud (P. Souza, Trad.; Vol. 12, pp. 81-99). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Freud, S. (1920a). Além do princípio do prazer. In Sigmund Freud. Edição das obras completas de Freud (P. Souza, Trad.; Vol. 12, pp.90-150). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Freud, S. (1920b). A psicogênese de um caso de homossexualismo na mulher. In Sigmund Freud. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad.; Vol. 1, pp. 77-102). Rio de Janeiro: Imago, 1976. Freud, S. (1921). Psicologia de grupo e análise do ego. In Sigmund Freud. Edição das obras completas de Freud (P. Souza, Trad.; Vol. 12, pp. 50-120). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Freud, S. (1923). Dois verbetes de enciclopédia. In Sigmund Freud. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad.; Vol. 1, pp. 77-102). Rio de Janeiro: Imago, 1976. Freud, S. (1940). Esboço de psicanálise. In Coleção Os pensadores Freud (J. Abreu, pp. 195-244). São Paulo: Abril Cultural, 1979.

Hanns, L. (1999). A teoria pulsional na clínica de Freud. São Paulo: Imago. Kim, J. (2001). Physicalism. In R. Wilson & F. Keil (Orgs.) The MIT Encyclopedia of the Cognitive Sciences (pp. 165-182). Cambridge, MA: The MIT Press. Laplanche, J.; Cotet, P. & Bourguignon, A. (1989). Traduire Freud. Paris: PUF. Lyra, C. E. S. (2007). O inconsciente e a consciência: da psicanálise à neurociência. Psicol. USP, 18(3), 55-73

Mclaughlin, P. B. (2008). The Rise and Fall of British Emergentism. In M. Bedau & P. Humphreys (Orgs.). Emergence: Contemporary Readings in Philosophy and Science (pp. 19-62). Cambridge, MA: The MIT Press. Mezan, R. (2014). O tronco e os ramos. São Paulo: Companhia das Letras. Nagel, T. (2004). Visão a partir de lugar nenhum. São Paulo: Martins Fontes. Nussbaum, Martha. (2009). A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo: WMF Martins Fontes. Putnam, H. (2008). Corda tripla: mente, corpo e mundo. Porto Alegre: Ideias e Letras. Searle, J. (2008). Reductionism and the Irreducibility of Consciousness. In M. Bedau & P. Humphreys (Orgs.). Emergence: Contemporary Readings in Philosophy and Science, (pp. 111-127). Cambridge, MA: The MIT Press. Simanke, R. T. (2014). O Trieb de Freud como instinto: sexualidade e reprodução. Scientiae Studia, 14(1), 60-82.

Published

2018-07-30

How to Cite

Andrade, Érico. (2018). O pressuposto emergentista da psicanálise freudiana: notas sobre a irredutibilidade da pulsão. Human Nature - International Philosophy and Psychology Review, 20(1). Retrieved from https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/324

Issue

Section

Artigos de fluxo contínuo