P-P Verbeek: ética, ação política e mediação tecnológica

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27n1-1101

Palabras clave:

mediação tecnológica; hermenêutica; script; design; ética; ação política; sistemas sociais.

Resumen

Este artigo, foi escrito a partir da comunicação que fizemos no V Colóquio Luso Brasileiro de Ética e Filosofia Política, e procura dar uma perspectiva do pensamento de Verbeek a respeito da ética e mediação tecnológica, baseada no ponto de vista da mediação descrita na ontologia inter-relacional pós-fenomenológica de Don Ihde e no conceito de “guião” (script), desenvolvido por Madeleine Akrich e Bruno Latour, em dois domínios, o do design e o da política. Procura, também, confrontar a posição de Verbeek com uma crítica à sua proposta de métodos de design de artefactos tecnológicos, por um lado, e à sua proposta para a acção política, por outro, e que resulta a nosso ver da sua posição ser demasiado intencionalista, apesar de se inscrever no quadro da posição pós-fenomenológica de Ihde. Por isso propomos que partindo da mediação tecnológica descrita por Verbeek, e atendendo à crítica feita, que se pense a questão ética e política a partir do pressuposto de que a sociedade é constituída por um conjunto de subsistemas sociais funcionalmente diferenciados, conforme a teoria dos sistemas sociais de Niklas Luhmann. Num primeiro ponto, trataremos do domínio da ética no design e desenvolvimento de artefactos tecnológicos enquanto estes levantam a questão da mediação. Para isso recorremos do artigo “Materializing Morality: Design, Ethics and Technological Mediation” (2006), um resumo da obra “What Things Do. Philosophical Reflections on Technology, Agency, and Design” (2005) sendo a sua posição sobre o tema exposta de forma mais vasta na sua obra “Moralizing Technology: Understanding and Designing the Morality of Things” (2011), de que o artigo em causa é parte. Num segundo ponto, trataremos da dimensão política recorrendo do artigo “Resistance Is Futile: Toward a Non-Modern Democratization of Technology” (2013). Por fim, num terceiro ponto, fazemos uma crítica da posição de Verbeek, colocando-nos no âmbito  que não aquele que decorre das “intenções” da tecnologia, mas sugerindo o da teoria de Niklas Luhmann dos sistemas sociais, pois o estado atual do avanço tecnológico colocou a agência não-humana em pé de igualdade com a agência humana, podendo até haver uma situação assimétrica em que o ser humano é diminuído e a sua vida ser definida pelo sistema ou artefato tecnológico distinto que modificam as condições de liberdade e de responsabilidade ética (Herrera-Veja, 2025, pág. 12) e, a isso, nós acrescentamos, de acção política.

Biografía del autor/a

Bruno Espinha, Universidade de Évora

Doutorando em Filosofia na Universidade de Évora.

Publicado

2025-08-18

Cómo citar

Espinha, B. (2025). P-P Verbeek: ética, ação política e mediação tecnológica. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 27(1), 144–155. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27n1-1101

Número

Sección

Dossiê V Colóquio Luso-Brasileiro de Ética e Filosofia Política – Caminhos da Justiça: Diálogos Contemporâneos