Para não sermos nem vítimas, nem carrascos: Albert Camus e a medida da justiça

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27n1-1103

Palabras clave:

Albert Camus; revolta; justiça; utopia.

Resumen

A polêmica disputa entre Albert Camus e Jean-Paul Sartre, situada no início dos anos 1950, ganhou os holofotes dos meios acadêmicos franceses de sua época. O cerne da discussão, conhecida por ter sido o motivo do rompimento  da amizade entre os dois autores, girava em torno dos limites e das justificativas da violência como forma de ação política. Enquanto Sartre e outros pensadores de seu ciclo optavam por justificar, ou ao menos não denunciar, parte da ação violenta de um governo ou de um grupo em nome dos fins que defendiam, Camus não aceitava o terror, mesmo que reconhecesse sua inevitabilidade. O presente estudo, almejando ir além da polêmica Camus-Sartre, busca resgatar, em uma interpretação mais abrangente da obra camusiana, as bases de seu pensamento político. Para tanto, utiliza-se não apenas seu ensaio O Homem Revoltado, pivô daquela polêmica, mas, também, suas peças de teatro, como Os Justos, e seus artigos publicados na coletânea Actuelles (“Atuais”). Busca-se, ainda, sugerir uma chave interpretativa para o pensamento político camusiano a partir de uma espécie de “princípio solidariedade”, que consiste em centralizar a solidariedade como força motriz da ação política, superando o problema da inevitabilidade do terror. Por fim, explora-se, a partir da ideia de “economia da utopia” as reflexões camusianas acerca das utopias, que discutem seu preço e buscam ressignificá-las.

Biografía del autor/a

Giovanni Henrique Tremea, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

Doutorando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Publicado

2025-08-18

Cómo citar

Tremea, G. H. (2025). Para não sermos nem vítimas, nem carrascos: Albert Camus e a medida da justiça. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 27(1), 38–49. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v27n1-1103

Número

Sección

Dossiê V Colóquio Luso-Brasileiro de Ética e Filosofia Política – Caminhos da Justiça: Diálogos Contemporâneos