Sexualidade infantil, objeto-amor primário e a signiticância antropológica do complexo de Édipo: relendo "Sobre a sexualidade feminina" de Freud

Autores/as

  • Philippe Van Haute

Resumen

Este artigo é uma tentativa de mostrar por que e em que termos o famoso artigo de Freud "Sobre a sexualidade feminina" pode ainda ser uma fonte de inspiração para uma metapsicologia contemporânea. Nesse texto, Freud reconhece, pela primeira vez, a importância da ligação da criança à sua mãe. Tanto Balint como Bowlby consideram esse texto precursor distante de suas próprias teorias sobre, respectivamente, o objeto de amor primário e o vínculo primário. Ao mesmo tempo, o texto de Freud contém alguns elementos de uma "teoria da sedução generalizada" tal como foi desenvolvida nas últimas décadas por Jean Laplanche. Sendo assim, "Sobre a sexualidade feminina" se apresenta como o ponto de partida perfeito para uma discussão da relação entre vínculo e sexualidade. Com base na leitura do texto de Freud, argumenta-se que a subjetividade humana é caracterizada pela falta de sintonia entre o mundo do adulto e o mundo da criança. Esse insight permite uma reformulação da significância antropológica do complexo de Édipo e de castração. Eles não são mais interpretados como problemas universais que toda criança tem de enfrentar, mas como soluções históricas e contingentes para a falta de sintonia entre a criança e o adulto, que é essencial para a subjetividade humana.  Palavras-chave: sexualidade feminina; objeto de amor primário; complexo de Édipo; complexo de castração; sedução; confusão de línguas.

Publicado

2024-05-17

Cómo citar

Van Haute, P. (2024). Sexualidade infantil, objeto-amor primário e a signiticância antropológica do complexo de Édipo: relendo "Sobre a sexualidade feminina" de Freud. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 8(especial 1), 151–173. Recuperado a partir de https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/678