Pobreza de espírito? Philippe Lacoue-Labarthe e a crítica ao nacional-espiritualismo de Heidegger

Autores

  • André Duarte

Resumo

  Resumo Segundo Lacoue-Labarthe, a filosofia tardia de Heidegger se caracterizaria por um "nacional-espiritualismo" de teor quase religioso, articulado por dois procedimentos teóricos complementares: por um lado, pelo caráter "geoetnopolítico" de sua reflexão ontológica, eufemismo com o qual o crítico francês alude ao caráter supostamente fascista da filosofia de Heidegger; e, por outro lado, pela sacralização do texto poético de Hölderlin, interpretado como "texto sagrado". Em meu comentário crítico à apresentação proposta por Lacoue-Labarthe à conferência Die Armut (A pobreza), de Heidegger, argumento, em primeiro lugar, que a hermenêutica epocal do ser deve ser entendida como uma superação da anterior concepção heideggeriana a respeito da missão histórico-espiritual do Dasein do povo alemão. Em segundo lugar, argumento que a hermenêutica epocal heideggeriana não se confunde com qualquer procedimento de sacralização dos textos poéticos, de sorte que o privilégio concedido à poesia no contexto do pensamento tardio de Heidegger mereceria ser mais bem caracterizado levando em conta sua exigência de encontrar uma linguagem não calculadora, pós-metafísica. Palavras-chave: Heidegger, pobreza, Philippe Lacoue-Labarthe, espírito, filosofia, política.

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Publicado

2024-10-02

Como Citar

Duarte, A. (2024). Pobreza de espírito? Philippe Lacoue-Labarthe e a crítica ao nacional-espiritualismo de Heidegger. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 13(1), 1–24. Recuperado de https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/969

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Artigos