Leibniz e a teologia natural dos chineses

Autores/as

  • Antonio Florentino Neto

Resumen

O início da interpretação filosófica do pensamento chinês, com Leibniz, ocorre no epicentro de uma complexa disputa metafísico-religiosa entre os missionários católicos, na primeira metade do século XVII, denominada "querela dos rituais", que teve como polos duas concepções distintas referentes aos métodos de catequização a serem empregados no processo de conversão dos chineses ao cristianismo. Neste contexto, Leibniz posiciona-se a favor de uma das partes e, ao justificar sua postura, relaciona elementos do pensamento chinês com aspectos de sua filosofia. A teoria da harmonia preestabelecida é o ponto de partida de sua interpretação do pensamento chinês. Leibniz refuta a acusação de materialismo no pensamento chinês, ao observar que os conceitos de substância originária, para os chineses, e o de matéria, na perspectiva escolástica, eram duas coisas completamente distintas. A oposição de Leibniz ao pensamento escolástico e cartesiano mostra-se em sua forma mais clara na abordagem do problema da comunicação das substâncias ao refutar o dualismo com sua teoria da harmonia preestabelecida e sua concepção do universo como uma unidade orgânica, e esses dois aspectos são os elementos principais que ligam Leibniz ao pensamento chinês. Palavras-chave: Leibniz, pensamento chinês, harmonia preestabelecida, dualismo, unidade orgânica, Li, ki.

Publicado

2024-10-02

Cómo citar

Florentino Neto, A. (2024). Leibniz e a teologia natural dos chineses. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 14(1), 101–115. Recuperado a partir de https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/992