A construção do eu de crianças cegas congênitas

Autores

  • Maria Lucia Toledo Moraes Amiralian

Resumo

este artigo propõe-se a refletir sobre a construção do Eu de crianças com cegueira congênita a partir da teoria winnicottiana do amadurecimento. Para Winnicott, a natureza humana é uma questão de psique-soma em constante interação; o ser humano é essencialmente psicossomático, sendo o corpo o primeiro a chegar e a elaboração imaginativa das funções corpóreas o elemento constitutivo e enriquecedor da vida psíquica. Essa concepção da natureza humana parece ser a mais esclarecedora para a compreensão do desenvolvimento e da construção do eu das crianças com cegueira congênita; crianças que chegam ao mundo com uma constituição orgânica significativamente diferente, que as conduzem por caminhos peculiares em seu processo de percepção e amadurecimento. Muitas dificuldades são apontadas na descrição do desenvolvimento dessas crianças: passividade de ego, ausência de interesse por objetos, atrasos na aquisição de capacidades, desinteresse por brincadeiras e verbalismo. Comportamentos considerados semelhantes aos de crianças autistas. Acreditamos que, a partir da teoria winnicottiana do desenvolvimento, muitas dessas vicissitudes podem ser compreendidas e alguns procedimentos terapêuticos indicados. Palavras-chaves: Construção do eu; Cegueira congênita; Teoria do amadurecimento; Psicanálise de Winnicott.

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Publicado

2024-10-02

Como Citar

Toledo Moraes Amiralian, M. L. (2024). A construção do eu de crianças cegas congênitas. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 9(1), 129–153. Recuperado de https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/909

Edição

Seção

Artigos