A questão do suicídio na teoria de D. W. Winnicott
DOI:
https://doi.org/10.59539/1679-432X-v2n1-1182Palavras-chave:
psicanálise; Winnicott; suicídio; clínica; falso si–mesmo.Resumo
A preocupação de Winnicott com a questão do suicídio foi constante e apesar de não ter publicado textos específicos sobre esse tema, ele o mencionou em uma grande quantidade de artigos ao longo de sua obra. Em alguns de seus trabalhos essa preocupação é sublinhada pela avaliação dos riscos potenciais de suicídio devidos à extrema vulnerabilidade, não apenas dos pacientes que se apresentavam regredidos aos estágios de máxima dependência, mas também daqueles cuja doença podia estar oculta sob o manto da aparente normalidade. Em alguns casos, o analista winnicottiano deve considerar com seriedade o fato de que, para o paciente, o suicídio pode parecer a única alternativa à submissão permanente do verdadeiro si-mesmo. Nessa perspectiva, a clínica winnicottiana do suicídio apresenta características bastante diversas da prática analítica pautada nas premissas da pulsionalidade, pois a disponibilidade e a realidade da presença do analista assim como sua capacidade de tornar real a comunicação primitiva com o paciente devem se sobrepor à necessidade, do clínico, de fazer interpretações.Referências
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