O Paradoxal Colonial

cultura e formação entre bipolítica e necropolítica

Autores

  • José Mauro Garboza Jr Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Tadeu José Migoto Filho Universidade Estadual de Londrina (UEL)

DOI:

https://doi.org/10.59539/2175-2834-v23n2-478

Resumo

Se é no século XIX que a biopolítica se consolida, caberia então se perguntar qual teria sido o impacto da filosofia da época para a construção desse novo tipo de poder. Com isso, não seria possível ignorar a obra de Hegel, cuja complexidade teria sido responsável por moldar os rumos da filosofia durante o século XIX e seguintes. Afinal, uma de suas grandes preocupações, desde a “Fenomenologia do Espírito”, teria sido a formação da cultura para elevar a vida imediata a uma vida plena, em direção ao universal e ao Espírito Absoluto. Todavia, o que subjaz a esse processo de formação da vida é aquilo que Achille Mbembe teria bem notado: para que a vida do Espírito na civilização fosse possível, fez-se necessário a existência de seu duplo, sua face noturna, a barbárie colonial. Desta maneira, o que se pretende é aprofundar os estudos de biopolítica, averiguando como os processos descritos por Hegel de constituição da vida e da cultura tiveram como pressuposto uma predação de escala planetária e uma brutalização conjugada com a espoliação da força de trabalho de povos inteiros. Em função da “dialética” do colonizador e colonizado, a condição da glória daquele é o sofrimento deste. Ou melhor, como para se fazer viver a Europa foi necessária uma política de morte, um fazer e deixar morrer o resto do planeta.

Biografia do Autor

José Mauro Garboza Jr, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutorando bolsista pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual de Londrina (PPGFil-UEL), doutorando e mestre em Ciência Jurídica pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Jurídica da Universidade Estadual do Norte do Paraná (PPGCJ- UENP), graduado em Direito pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), em Ciências Sociais, História e Filosofia pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES). Contato: garbozajm@gmail.com.

Tadeu José Migoto Filho, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Graduado em Direito pela Universidade Estadual de Londrina, especialista em Direito e Processo Penal e mestrando em Filosofia, na linha de Ética e Filosofia Política, todos pela mesma instituição. Membro da Defensoria Pública do Estado de São Paulo desde 2014, atualmente lotado em Presidente Prudente na área de Execução Criminal. Contato: tadeujmf@gmail.com.

Downloads

Publicado

2021-11-20 — Atualizado em 2021-12-01

Como Citar

Garboza Jr, J. M., & Migoto Filho, T. J. . (2021). O Paradoxal Colonial: cultura e formação entre bipolítica e necropolítica. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 23(2), 109–124. https://doi.org/10.59539/2175-2834-v23n2-478