A crítica de Heidegger a Freud: quando o acesso mais originário à realidade não requisita representação

Autores

  • Caroline Vasconcelos Ribeiro

Resumo

Nos Seminários de Zollikon, Heidegger afirma a necessidadede gestação de uma ciência do psíquico que conceba o homem - suasaúde e sua doença - sem reduzi-lo a uma mente que representa, aum aparelho gerador de sintomas, a um objeto causalmente explicável. Ao lançar esse desafio, a filosofia heideggeriana esbarra com aconsolidada psicanálise freudiana, denunciando-a como devedora dametafísica moderna, uma vez que sua concepção de homem comoaparelho psíquico regido por pulsões estabelece a representação comoúnica forma de acesso à realidade, objetifica a vida humana, reduzindo-a a um campo de forças físico-matemáticas. Heidegger, então,reivindica a possibilidade de uma "ciência do homem" irredutível aodiscurso objetificante. Em nossa comunicação, visamos tanto a apontarque a psicanálise freudiana não contempla o existir humano em seusmodos não-objetificantes de lidar com a realidade, quanto a indicarque encontramos essa possibilidade na teoria do amadurecimento deWinnicott.Palavras-chave: Heidegger; psicanálise; realidade.

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Publicado

2024-05-17

Como Citar

Vasconcelos Ribeiro, C. (2024). A crítica de Heidegger a Freud: quando o acesso mais originário à realidade não requisita representação. Natureza Humana - Revista Internacional De Filosofia E Psicanálise, 8(especial 2), 41–59. Recuperado de https://revistas.dwwe.com.br:443/index.php/NH/article/view/797